ffe https://faculdadefreire.edu.br Wed, 09 Sep 2020 16:39:33 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://faculdadefreire.edu.br/wp-content/uploads/2020/08/cropped-icon-32x32.png ffe https://faculdadefreire.edu.br 32 32 Sinais dos transtornos de escrita e dicas para conduzir os processos educativos em sala de aula https://faculdadefreire.edu.br/?p=907 https://faculdadefreire.edu.br/?p=907#respond Wed, 09 Sep 2020 16:39:30 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=907 É importante ficar alerta nos seguintes contextos:

1 – No processo de alfabetização, é possível verificar os alunos que apresentam trocas das letras (P por B, T por D, F por V, X por J, S por Z). Outra observação que nos orienta quanto aos sinais de alerta é verificar se os alunos em nível de construção de frases apresentam dificuldades em fazer concordância, uso de letras maiúsculas no início de frases (ainda com reforço do professor), sinais de pontuação, como também o uso frequente de verbo no infinitivo.

2 – No processo de produção de textos, apresentam dificuldade para construir uma ideia. Mesmo aquelas crianças cuja fala seja perfeita.

3- Lentidão para escrever, inclusive ao copiar da lousa. Para conseguir escrever bem, a criança demora muito. Essa velocidade motora muito lenta pode caracterizar uma disgrafia.

Outras dicas valiosas estão ligadas a um aspecto fundamental da relação professor-aluno, que diz respeito ao modo de interagir com alunos que apresentem transtornos de escrita.

Na disortografia, a primeira dica é a valorização do conteúdo sobre a forma. O professor precisa ter o cuidado na condução das atividades para não correr o risco da criança ou jovem escrever cada vez menos, pois terá a impressão de errar menos. Combine não descontar pontos na escrita, reforçando que é melhor ela escrever mais; e diga que sempre vai mostrar onde ela errou, para que aprenda.

Outra ideia é pedir que o professor assinale os erros ortográficos com pequenas marcas e depois faça um glossário ou quadro à parte com as correções da prova ou atividade, de modo que o aluno possa ver de forma mais organizada e clara seus próprios erros.

O docente pode utilizar provas orais como um recurso extra, caso o aluno apresente uma escrita muito comprometida. Em relação à disgrafia, é relevante que o professor não exija a letra cursiva, pois a letra de forma é mais indicada nesses casos e, mesmo usando esse tipo de letra, é preciso que o aluno diferencie maiúsculas de minúsculas.

Vale ressaltar que não é justo que uma criança entenda o conteúdo, coloque no papel, mas seja prejudicada por uma questão motora. Nas provas do Enem, por exemplo, é permitido o uso de letra de forma.

Quanto aos encaminhamentos que podem ser feitos com as crianças ou jovens, vale destacar que o tratamento da disortografia é feito, em um primeiro momento, com um fonoaudiólogo e, depois, com um psicopedagogo. Já a disgrafia pode ser tratada com um terapeuta ocupacional, um psicomotricista ou algum fonoaudiólogo especializado na área.

No caso da disgrafia, é preciso ir a um médico para avaliar se existe uma questão motora mais global envolvida. Um pediatra pode atender e encaminhar o caso.

Autora: Adriana dos Santos Amarantes, Pedagoga especializada em Deficiência Mental e Múltiplas, Neuroeducação e Psicopegagogia.

Referências

COELHO, Diana Tereso. Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia.( 2015)In: http://www.ciecuminho.org/documentos/ebooks/2307/pdfs/8%20Inf%C3%A2ncia%20e%20Inclus%C3%A3o/Dislexia.pdf .  Acesso em 31 jan. 2020.

TORRES,  R.&  FERNÁNDEZ,  P.  (2001).  Dislexia,  Disortografia  e  Disgrafia. Lisboa:  McGraw-Hill, Ltda.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. CID-10/tradução Centro de Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português. 10 ed.rev.-São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2007.

M294 MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNO: DSM-5[recurso eletrônico] / [American PsychiatricAssociation; tradução. Maria Inês Corrêa Nascimento… et al.]; revisão técnica: Aristides VolpatoCórdioli… [et al.]. – 5. ed.-. Porto Alegre: Artmed, 2014.

PINHEIRO, Odineia Quartieri Ferreira. Abordagem Psicopedagógica às Dificuldades de Aprendizagem. Caderno de Estudos e Pesquisa. Educação a Distância – EaD. Brasília – DF. s/d. p. 43-57.

http://lms.ead1.com.br/webfolio/Mod4085/abordagem_psicopedagogica_v2.pdf>. Acesso em 31 jan. 2020

MOUSINHO, Renata. Desenvolvimento da Língua Escrita e seus transtornos. In: Márcia Goldfeld (org). Fundamentos em Fonoaudiologia – Linguagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=907 0
Disgrafia e disortografia são a mesma coisa? https://faculdadefreire.edu.br/?p=904 https://faculdadefreire.edu.br/?p=904#respond Wed, 09 Sep 2020 16:37:27 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=904 A disortografia e a disgrafia são dois distúrbios que afetam a escrita. Uma compreensão errônea que alguns educadores ou estudiosos cometem é fazer uma associação entre os dois distúrbios, acreditando que todos que tem disortografia, possuem também a disgrafia, quando, na verdade, “uma criança disortográfica não é, forçosamente, disgráfica.” (COELHO, 2015, p. 10).

Etimologicamente, disortografia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “orto” (correto) + “grafia” (escrita). Ou seja, é uma dificuldade manifestada por “um conjunto de erros da escrita que afetam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia” (Vidal, 1989, cit. por Torres & Fernández, 2001, p. 76). Ou seja, a disortografia está relacionada a uma dificuldade centrada na estruturação, organização e produção de textos escritos, enquanto que a disgrafia indica uma questão motora.

Sabemos que é possível distinguir as irregularidades da linguagem escrita, estabelecendo uma diferença entre disgrafia e disortografia, segundo a qual:

Disgrafia: é uma irregularidade da linguagem escrita conhecida comumente como “letra feia”. A criança com disgrafia apresenta uma escrita inferior ao esperado para sua etapa de desenvolvimento/faixa etária e/ou série escolar. É comum também evidenciar a inversão de sílabas, a omissão de letras, a escrita em espelho e a escrita contínua.

Disortografia: caracteriza-se pela presença de aglutinações, omissões, contaminações, alterações nas palavras, gerando desorganização na estrutura das frases e sentenças. Não é fruto da falta de coordenação motora e reflete distorções nos processos cognitivos responsáveis pela linguagem escrita. A criança com disortografia apresenta muitos erros de ortografia que não são oriundos do desconhecimento do código gramatical e ortográfico. Processos de letramento de pouca qualidade geram disortografia com frequência.

A disortografia hoje é classificada como Transtorno da Expressão Escrita, dentro dos Transtornos Específicos de Aprendizagem. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM5, ela tem origem neurobiológica, causa modificações na expressão escrita, em especial na precisão ortográfica, precisão gramatical e da pontuação e clareza ou organização dos textos escritos.

A disgrafia, por sua vez, pode ser considerada como uma alteração que afeta a funcionalidade da escrita desenvolvida pela criança. Os problemas ficam evidentes principalmente no que se refere à grafia e ao traçado das letras. Outro aspecto importante a ser observado, é que a pessoa com disgrafia apresenta uma escrita mal elaborada, evidenciando uma deficiência nessa habilidade.

Já sabemos que disortografia e disgrafia não são a mesma coisa. Mas, como posso ajudar meus alunos com suspeita desses distúrbios?

Acompanhe o próximo post!

Fonte: Adriana dos Santos Amarantes, Pedagoga especializada em Deficiência Mental e Múltiplas, Neuroeducação e Psicopegagogia

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=904 0
As Etapas de Paulo Freire e o diálogo na promoção da saúde mental https://faculdadefreire.edu.br/?p=901 https://faculdadefreire.edu.br/?p=901#respond Wed, 09 Sep 2020 16:35:23 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=901 Algumas etapas do método Paulo Freire são fundamentais para desenvolver a consciência crítica nos educandos. São elas:

Etapa de investigação

Esta é a etapa da descoberta do universo vocabular, em que são levantadas palavras e temas geradores relacionados com a vida cotidiana dos alfabetizandos e do grupo social a que eles pertencem. A descoberta desse universo vocabular pode ser efetuada por meio de encontros informais com os moradores do lugar em que se vai trabalhar, convivendo com eles, sentindo suas preocupações e captando elementos de sua cultura.

Etapas de tematização

Nesta etapa são codificados e decodificados os temas levantados na fase de tomada de consciência, contextualizando-os e substituindo a primeira visão mágica por uma visão crítica. Descobrem-se assim novos temas geradores, relacionados com os que foram inicialmente levantados. É nesta fase que são elaboradas as fichas para a decomposição das famílias fonéticas, dando subsídios para a leitura e escrita.

Etapas de problematização

Nesta etapa evidencia-se a necessidade de uma ação concreta, cultural, política, social, visando a superação de situações limites, isto é, de obstáculos. Saber ler e escrever torna-se instrumento de luta, atividade social e política, sendo que o objetivo final do método é a conscientização.

Exemplos de como trabalhar com palavras geradoras com turmas em processo de alfabetização.

1 – Listar as palavras mais utilizadas pelos alunos na série que o docente estiver lecionando. A ideia é explorar palavras, frases, provérbios, modos de falar, dentre outros. Esse trabalho preliminar de listar as palavras tem por intuito conhecer o universo dos discentes, ou seja, como se apresenta o pensamento e a realidade social do grupo com o qual se vai trabalhar.

2 – Dessa lista de palavras, nascerá as palavras e o temas geradores, ou seja, o miolo do método. As palavras geradoras deverão ser escolhidas considerando não apenas o seu significado e relevância social para o grupo do círculo de cultura. Cada palavra deverá estar associada a questões ligadas à vida. Assim, por exemplo, para a palavra geradora “Governo”, poderíamos discutir os seguintes temas geradores: plano político, poder político, o papel do povo na organização social, participação popular, corrupção, dentre outros.

Desse modo, a palavra geradora funcionará como chave.

3 – Segue abaixo um exemplo de como podemos trabalhar com palavras geradoras.

Palavra geradora: “salário”

Ideias para discussão:

– A valorização do trabalho

– Finalidade do salário: sobrevivência

– O horário do trabalho: segundo as normas trabalhistas.

        – O salário mínimo x o salário justo

        Finalidade da conversa:

– Levar o grupo a discutir sobre a situação dos trabalhadores de determinada empresa.

– Discutir o porquê dessa situação

Encaminhamento da conversa:

O que é salário? O que são benefícios?

O que sabemos sobre a reforma trabalhista?

O que podemos fazer para conseguir um salário justo?

Desse modo, para Freire, aprender faz parte do ato de libertar, de se humanizar e tornar-se um cidadão crítico.

Para finalizar, vale destacar as contribuições de Paulo Freire na promoção da saúde mental nas escolas.

Uma das contribuições de Freire na promoção da saúde mental está diretamente ligada ao diálogo, visto que o mesmo não é apenas uma técnica para conseguir melhores resultados, não é uma tática para fazer amigos ou conquistar os alunos. Isso não seria diálogo e sim manipulação. Para Paulo Freire, o diálogo faz parte da própria natureza humana. Os seres humanos se constroem em diálogo, pois são essencialmente comunicativos. Não há progresso humano sem diálogo. Para ele, o momento do diálogo é o momento em que os homens se encontram para transformar a realidade e progredir.

Embora no processo de conhecimento haja uma dimensão individual, essa dimensão não é suficiente para explicar todo o processo de conhecimento. Precisamos do outro para conhecer. Conhecer é um processo social, e o diálogo é justamente o cimento desse processo.

Paulo Freire insiste muito na necessidade do diálogo como estratégia de ensino, que pode dialogar justamente com contribuições para as discussões de saúde educacional e saúde mental nas escolas.

As escolas deveriam ouvir sempre seus alunos a respeito do que lhes é ensinado e fazer avaliações permanentes. O que acontece é o contrário; em geral, nunca se pergunta aos alunos o que querem aprender.

O diálogo faz parte dessa nossa pedagogia dialógica e dialética, que já desabrochou na educação em todo o mundo, renovando a prática pedagógica e dando-lhe um sentido moderno e progressista.

Rogéria Alves Freire

Professora e Consultora Educacional, Mestre em Letras e Diretora da Faculdade Freire no município de Francisco Morato – SP.

Referências Bibliográficas

BRANDAO, C.R. O que é método Paulo Freire. São Paulo. ed. Brasiliense, 2006.

BRANDÃO, Z. O saber escolar e as contradições de vida das camadas populares in: conferência brasileira da educação: anais, São Paulo, 1982, pp. 275-291.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro. ed. Paz e Terra, 1978.

SIMÕES, Jorge. A Ideologia de Paulo Freire. São Paulo: Edições Loyola, 1979.

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=901 0
Paulo Freire e a educação freireana https://faculdadefreire.edu.br/?p=898 https://faculdadefreire.edu.br/?p=898#respond Wed, 09 Sep 2020 16:22:29 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=898 Paulo Reglus Neves Freire foi um dois maiores educadores e pedagogo do mundo. Ele recebeu o título de patrono da educação brasileira em 2012 e foi o brasileiro mais homenageado da história por títulos de Doutor Honoris Causa. Reconhecido internacionalmente, o educador célebre recebeu 48 desses títulos de universidades brasileiras e estrangeiras, além de ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1995 e ganhar o prêmio de Educação para a Paz da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (UNESCO) em 1986.

Professor de Língua Portuguesa e formado em Direito, Freire aplicou, em 1963, criou um método próprio de alfabetização em Angicos, cidade do interior do Rio Grande do Norte. O projeto foi um sucesso, conseguindo alfabetizar 300 trabalhadores agrícolas em um tempo muito curto (45 dias), partindo do conhecimento prévio que essas pessoas já possuíam.

O método surgiu da sua preocupação com os excluídos. Devido aos resultados eficazes de seu projeto, o governo brasileiro na época aprovou a multiplicação dessa experiência em um Plano Nacional de Alfabetização.

Em 1964, meses após a implementação do Plano Nacional de Alfabetização, a ditadura militar extinguiu o projeto, pois enxergou na filosofia freireana um risco de revolta. Foi acusado de subversão e passou 72 dias na prisão.

Freire acreditava na educação como ferramenta de transformação social e como forma de reconhecer e reivindicar direitos.

No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para Reforma Agrária (ICIRA).

Em 1969, foi professor visitante na Universidade de Harvard e na década de 70 atuou no Departamento de Educação do Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra, onde trabalhou por 10 anos com projetos de ação educativa em mais de 30 países — dos europeus aos africanos —, podendo colocar em prática sua filosofia e voltando-se às classes mais pobres. Deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maioria do continente africano, que passavam por um processo de independência na época.

No final de 1971, fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as experiências de Angola e Moçambique.

Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil e mais tarde, foi professor universitário na Unicamp e na PUC-SP.

Em 1989, foi secretário da Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.

Em 1991, foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire com o objetivo de estender e elaborar as ideias do pensador. O instituto preserva os arquivos de Freire, realiza atividades relacionadas ao seu legado e atua em temas da educação brasileira e mundial.

Gadotti (1991), ressalta que com relação à metodologia de ensino de Freire, existe um certo rigor em sua análise que não poderíamos utilizar o termo “método Paulo Freire”, visto que o teórico revela que se trata mais de uma teoria do conhecimento e de uma filosofia da educação do que de um método de ensino. No entanto, Paulo Freire ficou conhecido pelo método de alfabetização que leva seu nome.

A metodologia de Paulo Freire consiste em uma maneira de educar conectada ao cotidiano dos estudantes e às experiências que eles têm — e por isso, também ligado à política, especialmente porque Freire trabalhou com a alfabetização de adultos.

Sua filosofia baseia-se no diálogo entre professor e aluno, procurando transformar o estudante em um aprendiz ativo. Nesse sentido, ele criticava os métodos de ensino em que o professor era tido como o detentor de todo o conhecimento, e o aluno apenas um “depositório” — o que ele chamava de “educação bancária”.

“Transformar os alunos em objetos receptores é uma tentativa de controlar o pensamento e a ação, leva homens e mulheres a ajustarem-se ao mundo e inibe o seu poder criativo.” (Paulo Freire)

Em seu livro Pedagogia do Oprimido, Freire cobre tudo o que ele disse, até então, a respeito de educação. A obra é resultado de seus cinco primeiros anos de exílio, fruto de um trabalho exercido em situações concretas.

        Vale destacar que na obra é possível verificar a função da educação como um ato político, que liberta os indivíduos por meio da “consciência crítica, transformadora e diferencial, que emerge da educação como uma prática de liberdade”. Ele defende uma educação que incentive a criticidade do aluno, indo além do português e da matemática. Suas ideias também possuem ligações com o pensamento marxista e críticas ao capitalismo.

Com relação a aplicabilidade do método, percebemos que antes da Ditadura Militar e durante a redemocratização, a filosofia de Paulo Freire exercia certa influência nas escolas públicas. Atualmente, suas obras continuam presentes nos debates pedagógicos.

De acordo com Paulo Saldaña, repórter que cobre Educação pelo jornal Folha de S. Paulo, muitas pessoas fazem uma análise errônea de que toda a educação brasileira é ligada ao método de Paulo Freire e de que o fracasso educacional brasileiro é culpa do uso de sua teoria, quando na verdade, as escolas — tanto as públicas quanto as privadas — utilizam uma combinação de diferentes linhas de ensino, e Freire não é a única referência. Será que o descaso e baixo investimento governamental não teria mais impacto sobre o fracasso na educação?

Com relação a inserção mundial do estudioso, vale salientar que Paulo Freire é um dos intelectuais brasileiros mais referenciados do mundo — está entre os 100 mais citados em estudos e o seu livro mais famoso, Pedagogia do Oprimido, é aterceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas.

Ao redor do globo, o educador é tido como referência mundial em qualidade de ensino e já foi homenageado em diversos países. O Centro Paulo Freire Finlândia é um espaço dedicado à discussão da obra do escritor brasileiro. Há também centros de estudos semelhantes em outros países como África do Sul, Áustria, Alemanha, Holanda, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e Canadá.

Pelo mundo, há diversas instituições de ensino que adotam o método do educador brasileiro. Uma delas é a Revere High School, escola em Massachusetts, nos Estados Unidos, que foi reconhecida como a melhor instituição pública de Ensino Médio do país em 2014 pelo National Center for Urban School Transformation (Centro Nacional pela Transformação do Ensino Urbano) e, em 2016, recebeu o prêmio Schools of Opportunity (Escolas de Oportunidade), doNational Education Policy Center(Centro Nacional de Educação Política).

Autora: Rogéria Alves Freire

Professora e Consultora Educacional, Mestre em Letras e Diretora da Faculdade Freire no município de Francisco Morato – SP.

Referências Bibliográficas:

BRANDAO, C.R. O que é método Paulo Freire. São Paulo. ed. Brasiliense, 2006.

BRANDÃO, Z. O saber escolar e as contradições de vida das camadas populares in: conferência brasileira da educação: anais, São Paulo, 1982, pp. 275-291.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro. ed. Paz e Terra, 1978.

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=898 0
Planejamento para 2020 https://faculdadefreire.edu.br/?p=895 https://faculdadefreire.edu.br/?p=895#respond Wed, 09 Sep 2020 16:20:27 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=895 O planejamento contempla todos os aspectos ligados à gestão escolar, envolvendo as oportunidades, riscos, necessidades da comunidade escolar, desenvolvimento tecnológico, necessidades dos discentes atuais e potenciais, formação e aperfeiçoamento e os referenciais de excelência que envolvem a educação.

Um planejamento representa “o que” a escola deseja fazer, o que pretende realizar, qual o destino a seguir. É uma preparação para atingir o que foi vislumbrado em sua visão de futuro, sistematizando seus objetivos por meio de uma análise profunda e realística do contexto na qual a escola está inserida.

Concentra esforços, sendo uma fonte de coerência interna, que procura a ordem e não a ambiguidade.

O planejamento escolar não deve ficar restrito ao conhecimento da gestão, tudo o que for elaborado juntos aos educadores, pais, profissionais da educação e comunidade escolar deve ser compartilhado com todos os envolvidos no processo educacional. Tudo o que é discutido e analisado neste grande grupo de agentes transformadores deverá ser desdobrado em planos de ensino, projetos globais, aula-projeto, estudos de caso, dentre outros.

Este período entre o processo de planejamento e sua efetiva implementação se dá no universo escolar sob a coordenação de gestores, coordenadores, orientadores de área, mediadores que criam um conjunto de atividades sistematizadas de curto, médio e longo prazo para atingirem os objetivos propostos ao longo do ano.

Desse modo, será tarefa dos docentes, a partir desse desdobramento, detalhar nas sequências didáticas, nos planos de aula e planos de ensino as rotinas e projetos que serão desenvolvidos ao longo dos bimestres, trimestres ou semestres que se seguirão, assegurando a execução das atividades a serem realizadas e garantindo a eficácia e eficiência no processo de construção de conhecimento junto aos alunos.

O monitoramento e acompanhamento regular dos docentes é realizado pela gestão escolar que verifica constantemente os progressos alcançados, as dificuldades encontradas e os novos caminhos que necessitam ser percorridos pelos professores.

As escolas devem ativar as inteligências, saber usar as competências existentes em cada professor, orientador, coordenador e demais profissionais da educação, saber reuní-las e compartilhá-las, alavancando novos conhecimentos entre todos os membros da escola.

Sendo o conhecimento o foco central das unidades escolares, este pode gerar economia de recursos, quando toda a gama de informações contidas em sua estrutura é bem utilizada. Entretanto, é enorme o número de instituições que não sabem usar, na sua totalidade, as potencialidades e as habilidades dos profissionais, sub-utilizando as competências que ali atuam. Ao agir desta maneira, estará aceitando baixos padrões de desempenho, num clima de pouca motivação para superação de obstáculos.

Uma escola, para se diferenciar das demais, além de atentar para os processos organizacionais, precisa cuidar com muito zelo da qualidade de seus recursos humanos, ou seja, utilizar o princípio do cuidado também com os docentes e comunidade escolar.

Ideias para o Planejamento de 2020

– Escuta Ativa

A gestão viabilizará nas reuniões de planejamento diversos momentos para os docentes partilharem experiências significativas que fizeram a diferença no ano anterior, saberes e inquietações.

1 – O caráter formador do planejamento e a BNCC

O apoio a implementação do currículo em processos de reflexão sobre a Base Nacional Comum Curricular é um assunto fundamental no planejamento.

Material necessário:

Preparar um envelope para cada grupo com a seguinte pergunta:

Qual a diferença entre as competências cognitivas e as competências socioemocionais?

Atividade:

Organize os professores em pequenos grupos, entregando um envelope a cada um. Solicite que respondam a pergunta com base na BNCC, reflitam em grupos as diferenças entre as competências cognitivas e as competências socioemocionais e posteriormente, apresentem aos colegas como se dá essa diferenciação na BNCC e como a mesma será implementada no decorrer do ano na unidade escolar.

Informe que após a discussão eles deverão produzir um cartaz contendo as considerações propostas pelo grupo.

2 – Um debate que não cessa – a afetividade em sala de aula

Discutir junto aos docentes como deve ser o acolhimento no universo escolar, não somente no primeiro dia de aula, mas como a acolhida e afetividade interferem no processo de construção de conhecimento.

 Se a escola deve educar para a formação integral do ser humano, a afetividade pode ser considerada extremamente importante na relação professor-aluno, pois a interação que acontece na sala de aula, quando permeada de sentimentos e emoções que afetam os sujeitos, é responsável pela consolidação de todo o processo de ensinar e aprender.

Material necessário:

Preparar um envelope para cada grupo, contendo a seguinte pergunta:

Você considera que a porta para a aprendizagem é emocional?

Leia a citação abaixo e dialogue com seu grupo, relatando alguma situação em sala de aula onde as relações afetivas contribuíram para a construção do conhecimento junto aos alunos.

Para Vygotsky (1995), a aprendizagem, na verdade, se amplia à medida em que as redes de interações e vínculos também se ampliam, englobando aspectos não somente cognitivos, mas, também, afetivos.

Atividade:

Solicite aos docentes que se dividam em pequenos grupos, entregue um envelope a cada um e solicite que respondam à questão, discutindo se alguém consegue compartilhar alguma experiência que dialogue com a citação do Vygotsky.

Informe que após a discussão, eles deverão produzir um cartaz contendo as considerações propostas pelo grupo.

Vale destacar que as duas sugestões de relatos de prática têm por intuito a troca de experiências e aprendizados obtidos nos projetos desenvolvidos ao longo do ano.

Além disso, os processos pedagógicos que precisam ser realizados no planejamento escolar e desenvolvidos ao longo do ano são: revisão do PPP (Projeto Político Pedagógico); definição dos objetivos e metas propostas; construção dos planos de aula e sequências didáticas; definição do calendário escolar; projetos e eventos que serão desenvolvidos interdisciplinarmente; definição da grade de horários; distribuição das turmas, acolhimento de alunos, professores e colaboradores novos, dentre outros.

É recomendável realizar sistematicamente uma análise crítica do desempenho da instituição, correlacionando os resultados dos indicadores que a instituição utiliza, avaliando o progresso em relação ao planejado, identificando oportunidades para o desenvolvimento e tomando decisões coletivas com relação a novas metas.

Autora: Rogéria Alves Freire

Mestre pela Universidade de São Paulo. Professora e Gestora Educacional.

Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 48. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

PERRENOUD, Philippe. Desenvolver competências ou ensinar saberes? A escola que prepara para a vida. Tradução: Laura Solange Pereira;

SACRISTÀN, José Gimeno. O que significa o currículo? In: SACRISTÀN, José Gimeno (Org.). Saberes e incertezas sobre o currículo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 16, 17, 19.

________. O currículo: uma reflexão sobre e a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=895 0
Ideias para divertir as crianças nas férias https://faculdadefreire.edu.br/?p=892 https://faculdadefreire.edu.br/?p=892#respond Wed, 09 Sep 2020 16:17:21 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=892 Quando as férias chegam, não são todas as famílias que viajam ou deixam os filhos passar alguns dias fora de casa. A escola pode fazer um trabalho de apoio aos pais para esse período e assim, colher valiosos frutos institucionais.

Muitos pais se questionam sobre o que fazer com as crianças que, por sua vez, só querem diversão e não se preocupam em saber se os pais estão trabalhando ou não tem condições financeiras de “curtir” as férias junto a elas.

Ser pai ou mãe implica em estar com o filho. Portanto, também é necessário mostrar-se participativo na vida e nos interesses que crianças e jovens nutrem. Uma ou duas horas ao dia devem ser programadas para isso. Não só nas férias, mas ao longo do ano.

 Se o excesso de trabalho dos pais impede essa interação constante, a opção é receber os amigos em casa. Se os pais percebem que o filho adora estar na companhia de outras crianças ou jovens e não se importam com algazarra nem bagunça, deixe-os à vontade para que criem suas brincadeiras e resolvam seus próprios conflitos sem muita interferência, porque, no final, todos irão se divertir bastante.

Atividades gratuitas para os finais de semana

Durante as férias, o que mais importa é estar junto das crianças e adolescentes. Diante dessa situação, o ideal é pedir ao filho que liste seus desejos e, ao lado dele, selecionar aquilo que é possível fazer, conscientizando-o sobre o orçamento familiar. Afinal, a criança deve entender o porquê do não e ainda aprender a esperar para concretizar aquilo que sonha, de acordo com as possibilidades de sua própria família.

Entre opções não dispendiosas, é possível:

1 – Planejar programas culturais – Visitar museus, exposições, feiras de artesanato e outros lugares importantes da própria cidade sempre empolgam. Desde que, antes do passeio escolhido, seja feita uma pesquisa para se conhecer tanto um pouco da história quanto as possibilidades que ele oferece em termos de diversão e informação.

2 – Programar um dia esportivo – Não precisa ser sócio de um clube para realizar práticas esportivas junto às crianças e jovens. Hoje, a maioria das cidades tem espaços, como os SESC e parques, além de piscinas públicas, para esse fim. Normalmente, o uso das quadras é liberado, mas para utilizar a piscina há uma taxa pequena, se comparada ao custo-benefício oferecido.

3 – Visitar parques – Como o sol de verão sugere passeios ao ar livre, lembre-se que muitas áreas verdes mantidas pela prefeitura permitem jogos de bola, peteca, correrias, slackline, entre outras brincadeiras, que sempre garantem o divertimento da criançada. O ambiente é também propício para se observar o tipo de vegetação, os pássaros do local e outros aspectos da natureza. Aproveite e certifique-se da possibilidade de andar de bicicleta, patins ou skate, para incrementar a atividade. Depois, já em casa, peça sugestões práticas de como preservar o meio ambiente, no intuito de estimular a participação ativa dos filhos, que ainda poderão demonstrar o que já aprenderam na escola em relação ao assunto.

4 – Propor um piquenique – Para que seja divertido, ele deve ser parecido com aqueles dos filmes, com cesta de vime repleta de gostosuras e toalha xadrez estendida sobre a grama. Porém, não se esqueça de envolver as crianças na organização e preparação dele. Entre outras coisas, peça e acate sugestões sobre onde fazê-lo e quais alimentos levar. Então, leve-as ao mercado para comprar os ingredientes e depois, ajudar na elaboração dos pratos que serão degustados em casa. Se quiser e puder, convide um amigo (a) para participar da atividade familiar.

Cursos de Férias para crianças e jovens que incluem investimento financeiro:

A Casa do Brincar

Os pequenos vão se divertir com uma programação montada especialmente para eles com brincadeiras no quintal, arte com tinta, musicalização, artes plásticas, ioga, literatura e culinária. Cada atividade é adequada à uma faixa etária. As crianças desenvolverão a autonomia e explorarão ambientes de brincadeiras no seu tempo e interesse, sempre assistidas pela equipe de brincadores.

Você pode frequentar a Casa do Brincar por hora, por dia ou semana.

Local: Ferreira de Araujo, 388, Pinheiros, São Paulo

Contato:(11) 3032-2323 ou 96595-7223 contato@casadobrincar.com.br

Teen Broadway

O Teen Broadway, grupo de teatro musical pioneiro no Brasil, em seus 23 anos de existência, responsável por colocar no mercado de trabalho inúmeros artistas, abre inscrições para seu concorrido curso de férias. Divididos em grupos por faixa etária, crianças, adolescentes e adultos terão aulas de canto e dança, aprendendo cenas dos mais famosos musicais. ​Serão 3 semanas de curso, totalizando 45 horas de aulas (com certificado) com um grande espetáculo de encerramento!

Local: Rua Heitor penteado, 850 – Vila Madalena – São Paulo

Contato: (11) 2729-5299 ou 94550-6595

contato@teenbrodway.com.br

Galpão do Circo

Em janeiro, o Galpão do Circo realiza diversos cursos de férias, abertos aos alunos da escola e ao público externo.

Os cursos para crianças e pré-adolescentes têm um formato intensivo: são quatro aulas seguidas com um enfoque divertido, concebidos especialmente para crianças e pré-adolescentes, que querem aprender circo e brincar de se apresentar.

Adultos, jovens e adolescentes, a partir de 13 anos, podem frequentar minicursos temáticos de dois dias, cada aula com duas horas de duração, às segundas e quartas ou às terças e quintas.

Local: Rua Girassol, 323 – Vila Madalena – São Paulo

Contato: (11) 38156147 ou 992645818

secretaria@galpaodocirco.com.br

Happy Code

A Happy Code é uma referência global em ensino de programação, maker e robótica.

Por meio do aprendizado baseado em projetos, seu conteúdo estimula competências como raciocínio, criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas. Oferece curso de férias para crianças e jovens nos seguintes segmentos:

Minecraft

Youtuber

Roblox

Desenvolvimento de Games

Local: Avenida Dermival Bernardes Siqueira, 1922. Campinas – SP

Contato: contato@happycodeschool.com

Autora: Rogéria Alves Freire

Mestre pela Universidade de São Paulo. Professor e Gestora Educacional.

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=892 0
As Escolas Montessorianas e sua importância no desenvolvimento das competências socioemocionais https://faculdadefreire.edu.br/?p=888 https://faculdadefreire.edu.br/?p=888#respond Wed, 09 Sep 2020 16:15:03 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=888 Breve biografia

Maria Montessori nasceu em 1870, em Chiaravalle, na Itália. Graduou-se em Engenharia antes de decidir se dedicar à Medicina, que cursou entre 1893 e 1896. Foi uma das primeiras mulheres a se formar nesse campo em seu país e em 1897 já atuava na área.

Nesse início de carreira, Montessori dedicou-se à psiquiatria e começou a trabalhar com crianças que possuíam alguma deficiência física ou cognitiva. A partir dos estudos dos franceses Jean Marc Gaspard Itard e Édouard Séguin, de suas observações na Clínica Psiquiátrica da Universidade de Roma e de suas pesquisas independentes sobre Pedagogia e Antropologia, Montessori interessou-se pela aprendizagem infantil.

Maria Montessori foi a primeira médica a se formar na Itália, pela Universidade de Roma, e por isso ficou conhecida como doutora.

O método

Seu foco de atenção esteve voltado à educação de crianças com deficiência, e foi sobre essa experiência que a autora criou um método de educação adequado à educação infantil, que tem como propósito as ideias de liberdade, atividade e independência.

A estudiosa desenvolveu uma nova organização didática e novos instrumentos de trabalho, buscando formas de contemplar demandas específicas dos alunos. Desse modo, definiu qual seria o ambiente mais propício para a aprendizagem, criando a verdadeira “reforma da escola”, ou seja, aquela que resolveria com a maior simplicidade os mais árduos problemas educacionais.

A proposta educacional desenvolvida por Montessori para a educação infantil estava centrada na educação dos sentidos. Nesse momento, foi levado em consideração que a educação dos sentidos tinha enorme importância pedagógica, e que seria a base para o desenvolvimento biológico da criança.

Para a estudiosa, o maior objetivo da educação deveria ser auxiliar o desenvolvimento da infância e não dar as crianças cultura, ou seja, ao estimular a criança com um material didático adequado, o educador estava provocando a educação dos sentidos e consequentemente desenvolvendo uma atividade de observação concentrada no âmbito educacional e não cultural.

Além disso, constata-se que a pedagogia montessoriana tem por intuito o desenvolvimento das habilidades e capacidades das crianças e não a transmissão de conhecimento e/ou conteúdos.

Para concretizar esse objetivo, a autora afirma que devemos adaptar o ambiente educacional às necessidades e individualidades dos alunos. Nesta proposta educacional, é necessário que o professor tenha uma postura diferenciada, visto que o mesmo não será o centro do processo de aprendizagem. Diante deste contexto, os objetos são agentes estimuladores de sua própria atividade e possuem um grau de importância maior do que a mediação docente. Pois são as crianças que os utilizam e constroem seu conhecimento com base na relação com os materiais. O papel do docente será o de explicar seu uso apenas.

Cabe aos educadores nesse contexto dar apoio para que as crianças explorem plenamente e de forma livre todas as possibilidades inscritas nos objetos, na medida da necessidade dos discentes.

Conforme Montessori (1937), quando uma criança se auto educa e realiza a sua auto formação, o próprio material lhe indicará seus erros. Restará ao professor observar e realizar a mediação da atividade psíquica das crianças e o seu desenvolvimento fisiológico.

 Existem muitos relatos de pesquisa científica que abordam as dificuldades encontradas pelos professores que atuavam no método tradicional e adotaram o método montessoriano, pois foi necessário adotar uma nova postura educacional e descontruir o modo como enxergavam o processo de ensino e aprendizagem.

Um aspecto importante no método montessoriano está diretamente ligado à ordenação do ambiente. Os objetos presentes nas classes são adequados à atividade infantil, apropriados ao desenvolvimento de cada fase. São atrativos, coloridos, simples, leves e, ao mesmo tempo resistentes. De cada objeto particular, existe um único exemplar.

Cada criança faz sua própria escolha dentre aqueles disponíveis. E, após utilizá-los, segundo seus próprios interesses e seu próprio ritmo, deve limpá-lo, arrumá-lo e recolocá-lo no lugar de onde retirou, para que possa ser utilizado por outra criança. Caso alguma criança demonstre o desejo de utilizar algum objeto que esteja em uso por um colega, a mesma terá que aguardar, exercitando, dessa maneira a paciência e disciplina.

Outro caráter inovador se dá quando a autora relata que a progressão não deve fundar-se no ano escolar, mas estar ligada ao movimento intelectual de cada aluno e toma por base a idade e o desenvolvimento da criança.

Além disso, o fato do professor ocupar um espaço menos ativo na construção do conhecimento não descarta a importância de sua atuação junto às crianças, visto que o docente passa a ocupar um papel de “guia e animador”. A autora enfatiza que o docente deve ter uma personalidade entusiasta e estar atento aos progressos do aluno.

Sabe-se que as informações referentes à inserção do método Montessori são escassas. No entanto, cabe destacar que o método demanda material especializado, bem como formação de docentes para sua aplicação, espaço amplo e adequado para as atividades propostas.

No Brasil, tivemos adesões somente em escolas privadas (em sua grande maioria), destinadas às classes mais favorecidas da sociedade, divergindo em nosso país, do propósito inicial do método.

Vale destacar, que na década de 70, a Secretaria de Educação de Valinhos – SP aplicou o método em suas escolas.

Concluímos que embora o método montessoriano tenha tido seguidores em todos os cantos do globo, o mesmo não teve força, contudo, para fecundar amplamente as práticas escolares ao longo do século XX.

Autora: Rogéria Alves Freire

Professora e Consultora Educacional, Mestre em Letras pela Universidade de São Paulo e Diretora da Faculdade Freire no município de Francisco Morato – SP.

Referências Bibliográficas

CANDAU, Vera Maria. Reiventar a escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

PERRENOUD, Philippe. Desenvolver Competências ou Ensinar saberes? Porto Alegre: Penso, 2013.

MONTESSORI, Maria. El Método de La Pedagogia Científica. Barcelona: Araluce, 1937.

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=888 0
Escola Waldorf: metodologia e sua importância na formação holística infantil https://faculdadefreire.edu.br/?p=885 https://faculdadefreire.edu.br/?p=885#respond Wed, 09 Sep 2020 16:08:35 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=885 Rudolf Steiner e o surgimento das escolas Waldorf

Rudolf Steiner, educador e filósofo, é o fundador da antroposofia, da medicina antroposófica e da pedagogia Waldorf. As primeiras escolas de Steiner nasceram na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial e a escola de Stuttgart serviu de modelo para as escolas Waldorf subsequentes.

Sr. Molt – dono de uma fábrica de cigarros, a Waldorf – abriu as portas da sua indústria para que Steiner palestrasse sobre temas sociais e educativos para os trabalhadores da fábrica. Após este contato, os trabalhadores expressaram o desejo que seus filhos tivessem uma educação mais adequada, por este motivo ocorreu o convite do Sr. Molt a Steiner para ensinar os filhos dos operários. Steiner aceitou e impôs uma condição, que a escola fosse aberta a crianças de qualquer procedência. Em setembro de 1919, começou a funcionar a primeira escola Waldorf.

            Escolas Steinerianas, estão presentes em mais de 60 países e são consideradas um dos maiores movimentos educacionais independentes do mundo.

O método de Steiner

Sabemos que as competências do século XXI exigem que as propostas pedagógicas atendam os indivíduos de forma a concretizar a educação integral do ser humano. Desse modo, sob essa ótica defendemos a Pedagogia Waldorf como uma alternativa, pois em sua proposta a criança é o centro do processo de ensino e de aprendizagem, pois são respeitadas as etapas do seu desenvolvimento, percebendo e compreendendo os problemas específicos de cada indivíduo, possibilitando a construção de bases sólidas para toda a vida, entendendo que se faz necessário olhar este indivíduo de formal integral.

A Pedagogia Waldorf busca a formação educacional holística, ou seja, o desenvolvimento da pessoa é realizado em todas as esferas: intelectual, emocional, física, social, artística, criativa e espiritual, estimulando o cultivo pessoal dos valores, tais como, amor, compaixão, verdade, harmonia entre outros.

Do ponto de vista holístico, além das competências cognitivas a criança e o jovem serão conscientizados e imersos nas relações que travamos com a natureza e com o universo. Ou seja, todas as dimensões do indivíduo estão envolvidas em um só propósito: o de harmonizar a existência dos seres, conscientizando o indivíduo desde o primeiro ano de vida a respeitar os outros como parte de um todo.

Na metodologia, os docentes e gestores enfatizam atividades cotidianas que possibilitem às crianças e jovens construir conhecimentos. Neste processo, o ambiente é de suma importância para a eficácia do projeto. Desse modo, são destacados alguns itens que a equipe educativa precisa se atentar, como um ambiente livre de ruídos concentrados no desenvolvimento da criatividade e de vivências que a fortaleçam em seu interior, bem como estimular os discentes a perceber tudo que está ao seu redor, desenvolvendo a sensibilidade e a apreciação estética ao seu entorno.

Lanz (1998) ressalta que influências exteriores ambientais (adornos, móveis, quarto) ou clima sentimental e moral das pessoas que lidam com a criança, interferem positivamente e negativamente na aprendizagem. O professor é referência diária e influencia os discentes no aspecto emocional, cognitivo e físico.

 A educação Waldorf ensina às crianças o amor à natureza e ao meio ambiente. Assim, o local ideal para a educação das crianças seriam escolas localizadas em espaço amplo, arborizado, com possibilidade de fazer hortas, dentre outras ações práticas e projetos de imersão educacional, visto que a pedagogia Waldorf dá grande importância à agricultura e à origem dos alimentos.

 Nesse contexto, os educadores precisam trabalhar qualquer falha ou excessos que podem ter efeitos negativos sobre as crianças, visto que professores são modelos que, inconscientemente, a criança imita.

Partimos da visão de formação integral, que equilibra nos processos educacionais corpo, alma e espírito. O princípio do cuidado é exercitado a todo momento, desde a escolha da decoração da sala (inclusive as cores), das cantigas entoadas, dos contos, da postura carinhosa para com as crianças, da atenção e do cuidado com especificidade e peculiaridade de cada ser.

Assim, cultiva-se também os quatro pilares da educação por meio das atividades que envolvem a corporeidade dos alunos em praticamente quase todas as aulas. O apreciar e sentir são incentivados por meio de abordagem  com artes em todas as matérias e esferas, como dança, teatro, música e artes visuais. Além de atividades artísticas e artesanais, específicas para cada idade.

Sendo assim, a pedagogia Waldorf dá bastante espaço para as artes em vez de se basear apenas no clássico estudo sobre os diferentes temas. Elementos artísticos e expressivos devem estar presente em cada aula. Além disso, o trabalho manual tem um valor educativo elevado, pois mantém o cérebro em grande atividade.

Diante disso, constatamos que a formação integral do ser humano proposta nas Escolas Waldorf insiste em atuar na contramão de uma sociedade que, no geral, se preocupa simplesmente com o mercado financeiro e suas demandas, com a qualificação profissional, a produtividade econômica do país, dando visibilidade às demandas capitalistas.

No método de Steiner, a educação deve ser totalmente dedicada às necessidades do desenvolvimento da criança, que vai aprender a compreender ao longo da vida qual será o seu papel no mundo sem qualquer imposição dos pais, das escolas e da sociedade em geral.

A Pedagogia Waldorf, por outro lado, estimula a coletividade, o trabalho manual e estético, com ênfase no equilíbrio entre as três esferas de ação do ser humano: corpo, alma e espírito.

Mediante esta liberdade, cada professor adota sua forma de estabelecer ações essenciais dentro das escolas Waldorf. Percebemos que é de extrema importância o estabelecimento de um ritmo nas atividades pedagógicas voltadas às crianças, principalmente quando se pondera momentos de inspiração no que diz respeito à concentração, como contação de histórias. Há, por outro lado, os momentos de expiração, ou seja, expansão que pode ser caracterizado pelo brincar livre.

Nesse processo, a utilização da música, a gesticulação, o teatro com bonecos, o teatro com as próprias crianças, criam uma atmosfera marcadamente lúdica e estimuladora.

Outro fator relevante diz respeito ao papel da ludicidade nesta metodologia, Steiner argumentava que as crianças precisam dos contos de fadas. O estudioso destaca que é fundamental contar às crianças os contos populares, locais e do resto do mundo, porque os contos não apenas representam um patrimônio cultural inestimável, mas também porque representam um instrumento essencial para o crescimento das crianças, com suas histórias de obstáculos e provações que desenham as etapas da viagem que a criança terá de enfrentar na vida. Os contos de fadas dão conforto às crianças e contribuem para o desenvolvimento da imaginação e da compreensão das suas emoções.

Importância na formação holística infantil

Os benefícios do uso do método de Steiner são inúmeros, conforme segue:

– Efetiva participação da família no dia a dia da escola.

– Aos docentes é oferecido formação continuada, e o vínculo entre professores e alunos é maior, pois existem tutores para cada etapa educativa.

– Contato direto com a natureza, projetos sustentáveis e ecologia consciente.

– Atividades personalizadas.

– Educação socioemocional na prática.

– Competências desenvolvidas: respeito, solidariedade, autocontrole, cooperação, empatia, dentre outros.

Autora: Rogéria Alves Freire

Professora e Gestora na Faculdade Freire, Mestra em Educação pela Universidade de São Paulo e Consultora Educacional na Pearson.

Referências bibliográficas

LANS, Rudolf. A pedagogia Waldorf: caminho para um ensino mais humano. São Paulo: Antroposófico: 1998.

_____. Noções básicas de antroposofia. Antroposófico: 1997.

MINAYO, Maria Cecilia de Souza. Pesquisa social. Teoria, método e criatividade. Petropolis: Vozes, 2007.

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=885 0
Formação Docente em 2020 https://faculdadefreire.edu.br/?p=882 https://faculdadefreire.edu.br/?p=882#respond Wed, 09 Sep 2020 16:02:42 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=882 A formação docente, é uma das áreas mais importantes para a formação de uma sociedade melhor. Para estar dentro de uma sala de aula, o professor já passou por uma graduação e está formado, mas será que isso somente é o suficiente? Apenas uma graduação de quatro ou cinco anos é o bastante para formar docentes altamente qualificados para atuar em uma das mais importantes missões? Com toda a certeza, a resposta é não.

O curso superior, que é exigido para conseguir um cargo, nada mais é do que um pré-requisito. Porém, tal estrutura deve ser complementada dia após dia pelo professor. É aí que entra a formação dele, processo que tem uma grande influência na carreira do docente e na educação oferecida pela escola aos alunos.

 A diversidade de necessidades dentro do espaço escolar é muito grande. Cada aluno apresenta uma personalidade e uma bagagem diferente, sendo assim, é preciso desenvolver técnicas e estratégias para aprender a lidar, com maestria, com tal diversidade, oferecendo o melhor aprendizado para todos os alunos.

Esse processo pode ser realizado de diversas formas, como cursos intensivos ou de curta duração, palestras, oficinas, treinamentos, ou qualquer outro sistema que sirva para atualizar os professores sobre as questões da atualidade.

Um dos objetivos da formação continuada é provocar, no docente, um desenvolvimento de habilidades para melhorar o processo de ensino-aprendizagem que ocorre dentro da instituição de ensino a cada dia. Com a formação continuada, o professor tem acesso ao que há de mais novo na área de atuação e em didática e metodologias de ensino. Assim, ele pode relacionar o novo conhecimento adquirido com as bases científicas da sua graduação inicial, agregando mais suporte e conteúdo para oferecer para seus alunos.

Portanto, a formação continuada é uma forma de oferecer suporte para os professores. Ela, por sua vez, acaba oferecendo oportunidades para solucionar dúvidas e questionamentos que surgem ao longo da carreira, melhorando constantemente a atuação desse profissional.

O reconhecimento da importância da formação continuada de professores parte dos próprios docentes. Eles veem tal preparo como uma oportunidade para aprimorar conhecimentos e de compreender melhor as práticas desse ofício. Eles afirmam que, quando têm acesso a esse recurso, sentem-se muito mais dispostos e seguros para atuar diante de uma sala de aula.

        São diversos os motivos para investir no seu aperfeiçoamento, visto que a formação permite o alinhamento dos professores aos objetivos da escola, melhora a qualidade do ensino, atrai e fideliza alunos para a sua instituição, cria um diferencial de mercado e atualiza o conhecimento dos professores.

Dicas de locais onde você pode se aperfeiçoar.

Congressos

Os congressos são lugares ideais para compartilhar conhecimento e divulgar a pesquisa científica. Em todas as áreas eles são presentes para estimular a categoria e expor o trabalho das organizações em uma forma quase de congregação – o ambiente ideal para quem procura se atualizar.

1 – A Ed Tech Conference é um dos maiores congressos de educação e tecnologia do Brasil. O evento é baseado no conceito de Education Technology, como são chamadas as startups com foco em novos processos de educação e afins. No Brasil, a Ed Tech Conference é desenvolvida pela StartSe, uma jovem empresa focada em tecnologias de informação. A nível global também acontece a Ed Tech Conference Internacional com eventos em várias cidades: Boston, Califórnia, Barcelona e outros.

2 – O Congresso Brasileiro de Educação (CBE) já teve sete edições com o objetivo de debater, apresentar e divulgar o conhecimento produzido pelas pesquisas sobre políticas, programas e projetos na formação de professores, em qualquer nível de educação. O congresso é realizado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e é organizado em conferências, mesas redondas, apresentação de trabalhos, cursos, oficinas e até lançamentos de livros.

O evento é quase que obrigatório para os docentes que desejam ter um atrativo a mais no currículo. Geralmente, o Congresso tem a presença de pesquisadores brasileiros e estrangeiros que discutem temas sobre Educação.

Até o momento, para 2020, a UNESP ainda não confirmou as datas do evento. A orientação é ficar de olho nas redes sociais e aguardar novas notícias.

3 – A Bett Educar é uma combinação do que há de melhor em produtos e serviços para Educação com uma seleção de palestras nacionais e internacionais ministradas sempre por grandes especialistas, tornando-se assim, o local perfeito para fazer networking e encontrar as novidades do setor.

Exemplos de instituições que ofertam formação continuada:

  1- Centro de Formação da Vila

A Instituição oferece cursos presenciais e/ou online planejados para aproximar profissionais de diferentes escolas de temas pertinentes ao espaço formativo da educação. As trajetórias são flexíveis: apresentamos uma variedade de cursos dentro de uma temática ou enfoque e você escolhe aqueles que mais lhe interessarem. Cursos novos também podem compor a sua trajetória.

2 – Instituto Singularidades

O instituto foi fundado em 2001 para suprir as necessidades de formação de professores, gestores de educação e de especialistas. Valorizam a formação da pessoa e principalmente se comprometem com o aprendizado dos alunos. O corpo docente é formado em mais de 80% por mestres ou doutores. Reconhecidos como referência nacional para a formação inicial e continuada de professores e especialistas em educação, tem como principal meta contribuir para a formação de professores em nível superior, nas áreas prioritárias da educação.

Autora: Rogéria Alves Freire

Professora e Gestora Educacional

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=882 0
Pedagogia https://faculdadefreire.edu.br/?p=720 https://faculdadefreire.edu.br/?p=720#respond Wed, 05 Aug 2020 22:04:08 +0000 http://faculdadefreire.com.br/?p=720 SOBRE O CURSO

Grau: Licenciatura
Modalidade: Presencial
Regime: Semestral
Situação: Reconhecido pelo MEC
Horários: Noturno – das 19h às 22h30
Duração do curso: 8 semestres
Coordenadora: Profa. Angela Maria Gasparetti
Corpo Docente:Mestres e Doutores.

Pedagogia

Mais do que nunca, pelas características do mundo contemporâneo, a educação é um dos pilares para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Para tanto, o Pedagogo pode atuar como Professor, tanto na educação infantil como nas séries iniciais do ensino fundamental, na gestão de escolas públicas ou privadas, na avaliação de projetos educacionais, na assessoria e acompanhamento de projetos interdisciplinares. Os Pedagogos formados pela Faculdade Freire são capazes de articular concepções teóricas com práticas reflexivas e podem, inclusive, desenvolver programas de treinamento para empresas, colaborando com o desenvolvimento e melhoria da qualidade das atividades profissionais.

O pensamento prático do professor não pode ser ensinado, mas pode ser aprendido. Aprende-se fazendo e refletindo na e sobre a ação;

O que se tenta formar por meio do currículo profissional é a capacidade de intervir de forma competente em situações diversas. Esta capacidade é um conjunto coerente, de caráter cognitivo e afetivo, explicativo e normativo, de conhecimentos, capacidades, teorias, crenças e atitudes;

A prática articulada com a teoria deve ser entendida como eixo central do currículo de formação de professores, ou seja, o processo de formação deve começar pelo estudo e análise do ato de ensinar. Neste sentido, é preciso privilegiar a articulação teoria e prática, pois só a partir de problemas concretos é que o conhecimento teórico pode tornar-se útil e significativo para o futuro professor;

Nesta perspectiva, o curso de Pedagogia estará construindo conhecimento por meio da mediação continuada da teoria e da prática, desenvolvendo processos de reflexão sobre a prática social concreta. Para isso, investirá em uma sólida formação teórico-prática, incluindo uma organização curricular flexível, que pressupõe, para além de uma estrutura disciplinar, um Núcleo de Formação Profissional responsável pela organização e acompanhamento de estudos independentes, atividades complementares, seminários de integração, projetos interdisciplinares, núcleos de pesquisa, aprofundamento e oficinas pedagógicas, bem como a supervisão contínua das atividades de estágio, desenvolvendo práticas de formação diferenciadas e mais abrangentes. Serão, também, valorizados processos de avaliação mútua e de autoavaliação, que desenvolvam uma construção crítica de posturas, habilidades e compromissos, acentuando uma educação de qualidade, que seja mais ética e inclusiva.

Mercado de Trabalho

De acordo com as atuais Diretrizes Curriculares, o licenciado em Pedagogia estará apto a atuar no magistério da Educação Infantil, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e na Organização e Gestão de Sistemas e Instituições de Ensino.

Na Educação Infantil, o professor exercerá suas funções em creches e pré-escolas particulares, públicas e conveniadas, que atendam crianças de 0 a 5 anos;

Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, ministrando aulas de 1º ao 5º ano (1º ciclo), no ensino público e particular;

Na Gestão Educacional, o pedagogo receberá capacitação básica para as funções gestoras do processo educacional, estando apto a atuar em Administração e Coordenação do trabalho pedagógico.

O Curso de Pedagogia possibilita aos já licenciados, complementação de estudos em um ano, de forma a capacitar os docentes cuja formação anterior destinava-se apenas a uma das áreas atualmente em vigência, dentro da nova legislação. Os pedagogos licenciados e habilitados em Educação Infantil poderão complementar seus estudos para exercer o magistério nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e vice-versa.

Matriz Curricular

Clique aqui para mais informações

Corpo Docente

Angela Maria Gasparetti
http://lattes.cnpq.br/1938954005113702

Antonio Marcos Emilia
http://lattes.cnpq.br/1487945272672543

Ednilson dos Santos Rego
http://lattes.cnpq.br/4581638543934575

Irinéia Aparecida dos Santos Silva
http://lattes.cnpq.br/0251190371507979

Michel Marcelo de França
http://lattes.cnpq.br/3454904514952818

Osmar Antonio de Lima
http://lattes.cnpq.br/1938868331668044

Renato José de Souza
http://lattes.cnpq.br/4633872586873565

Tanija Mara Ribeiro de Souza Maria
http://lattes.cnpq.br/0671052051046409

Valdevino Rodrigues dos Santos
http://lattes.cnpq.br/9050903807422373

William Ruotti
http://lattes.cnpq.br/2890092546099982

]]>
https://faculdadefreire.edu.br/?feed=rss2&p=720 0