Planejamento para 2020

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O planejamento contempla todos os aspectos ligados à gestão escolar, envolvendo as oportunidades, riscos, necessidades da comunidade escolar, desenvolvimento tecnológico, necessidades dos discentes atuais e potenciais, formação e aperfeiçoamento e os referenciais de excelência que envolvem a educação.

Um planejamento representa “o que” a escola deseja fazer, o que pretende realizar, qual o destino a seguir. É uma preparação para atingir o que foi vislumbrado em sua visão de futuro, sistematizando seus objetivos por meio de uma análise profunda e realística do contexto na qual a escola está inserida.

Concentra esforços, sendo uma fonte de coerência interna, que procura a ordem e não a ambiguidade.

O planejamento escolar não deve ficar restrito ao conhecimento da gestão, tudo o que for elaborado juntos aos educadores, pais, profissionais da educação e comunidade escolar deve ser compartilhado com todos os envolvidos no processo educacional. Tudo o que é discutido e analisado neste grande grupo de agentes transformadores deverá ser desdobrado em planos de ensino, projetos globais, aula-projeto, estudos de caso, dentre outros.

Este período entre o processo de planejamento e sua efetiva implementação se dá no universo escolar sob a coordenação de gestores, coordenadores, orientadores de área, mediadores que criam um conjunto de atividades sistematizadas de curto, médio e longo prazo para atingirem os objetivos propostos ao longo do ano.

Desse modo, será tarefa dos docentes, a partir desse desdobramento, detalhar nas sequências didáticas, nos planos de aula e planos de ensino as rotinas e projetos que serão desenvolvidos ao longo dos bimestres, trimestres ou semestres que se seguirão, assegurando a execução das atividades a serem realizadas e garantindo a eficácia e eficiência no processo de construção de conhecimento junto aos alunos.

O monitoramento e acompanhamento regular dos docentes é realizado pela gestão escolar que verifica constantemente os progressos alcançados, as dificuldades encontradas e os novos caminhos que necessitam ser percorridos pelos professores.

As escolas devem ativar as inteligências, saber usar as competências existentes em cada professor, orientador, coordenador e demais profissionais da educação, saber reuní-las e compartilhá-las, alavancando novos conhecimentos entre todos os membros da escola.

Sendo o conhecimento o foco central das unidades escolares, este pode gerar economia de recursos, quando toda a gama de informações contidas em sua estrutura é bem utilizada. Entretanto, é enorme o número de instituições que não sabem usar, na sua totalidade, as potencialidades e as habilidades dos profissionais, sub-utilizando as competências que ali atuam. Ao agir desta maneira, estará aceitando baixos padrões de desempenho, num clima de pouca motivação para superação de obstáculos.

Uma escola, para se diferenciar das demais, além de atentar para os processos organizacionais, precisa cuidar com muito zelo da qualidade de seus recursos humanos, ou seja, utilizar o princípio do cuidado também com os docentes e comunidade escolar.

Ideias para o Planejamento de 2020

– Escuta Ativa

A gestão viabilizará nas reuniões de planejamento diversos momentos para os docentes partilharem experiências significativas que fizeram a diferença no ano anterior, saberes e inquietações.

1 – O caráter formador do planejamento e a BNCC

O apoio a implementação do currículo em processos de reflexão sobre a Base Nacional Comum Curricular é um assunto fundamental no planejamento.

Material necessário:

Preparar um envelope para cada grupo com a seguinte pergunta:

Qual a diferença entre as competências cognitivas e as competências socioemocionais?

Atividade:

Organize os professores em pequenos grupos, entregando um envelope a cada um. Solicite que respondam a pergunta com base na BNCC, reflitam em grupos as diferenças entre as competências cognitivas e as competências socioemocionais e posteriormente, apresentem aos colegas como se dá essa diferenciação na BNCC e como a mesma será implementada no decorrer do ano na unidade escolar.

Informe que após a discussão eles deverão produzir um cartaz contendo as considerações propostas pelo grupo.

2 – Um debate que não cessa – a afetividade em sala de aula

Discutir junto aos docentes como deve ser o acolhimento no universo escolar, não somente no primeiro dia de aula, mas como a acolhida e afetividade interferem no processo de construção de conhecimento.

 Se a escola deve educar para a formação integral do ser humano, a afetividade pode ser considerada extremamente importante na relação professor-aluno, pois a interação que acontece na sala de aula, quando permeada de sentimentos e emoções que afetam os sujeitos, é responsável pela consolidação de todo o processo de ensinar e aprender.

Material necessário:

Preparar um envelope para cada grupo, contendo a seguinte pergunta:

Você considera que a porta para a aprendizagem é emocional?

Leia a citação abaixo e dialogue com seu grupo, relatando alguma situação em sala de aula onde as relações afetivas contribuíram para a construção do conhecimento junto aos alunos.

Para Vygotsky (1995), a aprendizagem, na verdade, se amplia à medida em que as redes de interações e vínculos também se ampliam, englobando aspectos não somente cognitivos, mas, também, afetivos.

Atividade:

Solicite aos docentes que se dividam em pequenos grupos, entregue um envelope a cada um e solicite que respondam à questão, discutindo se alguém consegue compartilhar alguma experiência que dialogue com a citação do Vygotsky.

Informe que após a discussão, eles deverão produzir um cartaz contendo as considerações propostas pelo grupo.

Vale destacar que as duas sugestões de relatos de prática têm por intuito a troca de experiências e aprendizados obtidos nos projetos desenvolvidos ao longo do ano.

Além disso, os processos pedagógicos que precisam ser realizados no planejamento escolar e desenvolvidos ao longo do ano são: revisão do PPP (Projeto Político Pedagógico); definição dos objetivos e metas propostas; construção dos planos de aula e sequências didáticas; definição do calendário escolar; projetos e eventos que serão desenvolvidos interdisciplinarmente; definição da grade de horários; distribuição das turmas, acolhimento de alunos, professores e colaboradores novos, dentre outros.

É recomendável realizar sistematicamente uma análise crítica do desempenho da instituição, correlacionando os resultados dos indicadores que a instituição utiliza, avaliando o progresso em relação ao planejado, identificando oportunidades para o desenvolvimento e tomando decisões coletivas com relação a novas metas.

Autora: Rogéria Alves Freire

Mestre pela Universidade de São Paulo. Professora e Gestora Educacional.

Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 48. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

PERRENOUD, Philippe. Desenvolver competências ou ensinar saberes? A escola que prepara para a vida. Tradução: Laura Solange Pereira;

SACRISTÀN, José Gimeno. O que significa o currículo? In: SACRISTÀN, José Gimeno (Org.). Saberes e incertezas sobre o currículo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 16, 17, 19.

________. O currículo: uma reflexão sobre e a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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